DETETIVE ZINHO em O MISTÉRIO DO PRESENTE DA MÃE





de Emílio Carlos





Naquele dia o Detetive Zinho estava muito feliz.

Depois de dias e dias de preparação aquele era o grande dia.

O dia mais esperado das últimas semanas, o dia mais preparado das últimas semanas, o dia com D maiúsculo: o Dia das Mães.

E como todo bom detetive, Zinho tinha preparado uma surpresa para sua mãe nesse dia. Na verdade ele tinha feito com as próprias mãos um presente mais que demais para sua mãe.

Durante semanas ele planejou, preparou e fez o presente – o grande presente-surpresa.

E agora o presente-surpresa estava guardado dentro do seu guarda-roupas. Porque era surpresa, então não era pra ninguém ver antes da hora certa.

O Detetive Zinho foi até o guarda-roupas para dar mais uma olhada no seu presente-surpresa, que estava dentro de uma caixa-surpresa, como todo presente-surpresa merece estar.

Abriu a porta do guarda-roupas e… tcharan!!!! Tcharaan! Tcharaaaaannn! O presente havia sumido!

Como isso podia ter acontecido? Depois de semanas planejando, preparando e fazendo o presente agora ele some? Como isso aconteceu? Como? Como?

A primeira coisa que todo detetive precisa é… manter a calma. Por isso o Detetive Zinho respirou fundo e contou até dez…

Porém ele continuava nervoso: - Cadê o presente que eu fiz? Onde está? Como pode sumir o presente de dentro do meu quaaartoooo?

Calma, Zinho. Desse jeito você não vai solucionar o Mistério do presente da sua Mãe. Respire fundo e prenda a respiração.

O Detetive Zinho prendeu a respiração por 1 segundo, 2 segundos, 3 segundos, 4 segundos, 5 segundos, 6 segundos, 7 segundos, aaahhh… e aí não aguentou mais.

Mas deu certo, porque agora ele estava mais calmo!

Então, com mais calma, o Detetive Zinho começou a raciocinar, que é a segunda coisa que um detetive precisa fazer.



Ele tinha terminado o presente ontem à tarde na mesa de estudos. Colocou o presente-surpresa na caixa-surpresa e deu uma boa olhada em volta pra ver se alguém o espionava.

Depois abriu a porta do guarda-roupas e guardou o presente-surpresa, sempre olhando para os lados. Depois fechou a porta do guarda-roupas, foi cuidadosamente até a porta do quarto e olhou para os lados. A barra estava limpa: ninguém tinha visto o grande Detetive Zinho guardar a caixa-surpresa no guarda-roupas.

Mais tranquilo o Detetive Zinho desceu a escada para ver na TV sua série preferida: O Detetive Zão.

Depois disso tomou banho, jantou, subiu para o quarto e leu seu livro preferido: Como solucionar mistérios misteriosos.

E hoje quando acordou… tchraaaaannn…. o presente-surpresa e a caixa-surpresa não estavam no guarda-roupas.



Certo: qualquer um podia pegar o presente enquanto ele assistia TV; e também enquanto ele tomava banho; e enquanto ele jantava.

Mas quem? Quem ousaria entrar no quarto do grande Detetive Zinho para cometer o crime do século: roubar o presente-surpresa que ele mesmo havia feito para sua mãe?



A terceira coisa que todo detetive precisa fazer é procurar pistas do crime. Pra isso o Detetive Zinho pegou a sua lupa e começou a olhar a cena do crime: o seu quarto. E decidiu começar pela porta.

Examinou bem a porta mas não encontrou nada. E percorreu todo o trajeto que vai da porta do seu quarto até o guarda-roupas, olhando cada detalhe com sua lupa de detetive.

Porém não encontrou nenhum sinal, nenhuma pista que pudesse ajuda-lo a desvendar esse terrível mistério. Abriu as portas do guarda-roupas e examinou com a lupa a prateleira. E então… Tcharaaaaannn! Uma marca de dedo na prateleira!

O Detetive Zinho estava certo: pegaram mesmo o presente-surpresa de sua mãe!

Procurando outra pista ele saiu do quarto e foi pelo corredor com sua lupa. Mas não encontrou nenhuma outra pista no corredor.

Então o Detetive Zinho pensou: Será que o ladrão de presente-surpresa pulou pela janela do meu quarto?

O Detetive Zinho voltou para o quarto e foi até a janela. Analisando detalhadamente a situação percebeu que era impossível para alguém descer pela janela, pois era muito alta e embaixo havia um grande espinheiro.



E agora? O que fazer? Para onde ir? Onde procurar mais pistas?

O Detetive Zinho se lembrou que um grande detetive nunca desiste de um caso, por mais difícil que possa parecer. A quarta coisa que todo detetive precisa ter é persistência.

Voltando ao corredor decidiu descer a escada e investigar o caminho até a porta da saída – porque com certeza o ladrão, larápio, surrupiador do presente-surpresa de sua mãe só poderia ter saído pela porta da sala.

Desceu a escada cuidadosamente buscando com sua lupa uma pista que pudesse leva-lo até o criminoso. Assim ele puderia recuperar o presente-surpresa que fez com tanto esforço para esse grande dia.

O Detetive Zinho chegou até a sala com sua lupa na mão e então… tchraaaaannn! O que ele viu o deixou sem ar. Na mesa da sala não apenas uma caixa-surpresa de presente-surpresa – mas duas caixas de presente-surpresa, igualzinhas!

Por um momento o seu senso de detetive ficou confuso. Mas Zinho se lembrou que um detetive nunca pode ficar confuso pois sempre existe uma explicação lógica para tudo.

Foi então que sua irmã mais velha entrou na sala, e disse:

- Você viu? Eu arrumei tudo para a mamãe. Vai ser uma surpresa.



O rápido raciocínio do Detetive Zinho solucionou o Mistério do presente-surpresa: pela manhã antes que ele acordasse sua irmã entrou no quarto e pegou a sua caixa-surpresa. Então desceu as escadas e colocou a caixa-surpresa com o presente-surpresa na mesa da sala. Mistério resolvido.

Porém agora apareceram mais dois mistérios misteriosos. Restavam duas perguntas a serem respondidas: por que haviam duas caixas-surpresa exatamente iguais? E em qual delas estaria o presente que ele tinha feito? Como descobrir?



Nisso a mãe do Detetive Zinho chegou do supermercado. A irmã de Zinho gritou bem alto: - Surpresaaaaaa!

Ela era realmente uma irmã cheia de surpresas. A mãe ficou surpresa e abriu a primeira caixa-surpresa, tirando de dentro dela o presente-surpresa: era exatamente o porta-lápis que o Detetive Zinho tinha feito para ela.

A mãe de Zinho abriu um sorriso grande, abraçou o Detetive e agradeceu. O Detetive Zinho também sorriu mas não muito, porque detetives precisam se manter atentos, e quem sorri muito fecha os olhos e acaba não vendo nada.

E foi bom ele não fechar mesmo os olhos porque de dentro da outra caixa-surpresa a mãe tirou outro presente-surpresa… exatamente igual ao seu! O Detetive Zinho ficou de queixo caído, enquanto sua mãe abriu um grande sorriso, abraçou a irmã de Zinho e agradeceu.



Nada mais fazia sentido. Não havia uma explicação. Como explicar os dois presentes-supresas iguais dentro de duas caixas-surpresa iguais? Será que a sua irmã o estava espionando o tempo todo, todas essas semanas, dia após dia, só para fazer um presente-surpresa igual ao dele?



- Mamãe: você não fica chateada dos dois presentes serem iguais? - indagou a irmã do Detetive Zinho.



E a mãe respondeu:

- Claro que não. Quando eu vi vocês fazendo o mesmo presente que viram na TV Super Legal eu pensei: “Que bom! Eu coloco um porta-lápis aqui em casa e outro lá no escritório. Assim eu sempre vou me lembrar de vocês.”



Mais uma vez mistério resolvido. E dessa vez pela mãe do Detetive Zinho. Que pensou assim: “Sabia que eu tinha a quem puxar...”





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